Na manhã de quinta-feira (7), um homem de 24 anos invadiu a escola Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, e atirou contra vários alunos. A Secretaria Estadual de Saúde confirmou a morte de 11 estudantes. Outras 13 crianças e adolescentes ficaram feridos e foram levados para cinco hospitais. Segundo a polícia, o atirador, identificado como Wellington Menezes de Oliveira, se matou após efetuar os disparos. Policiais encontraram uma carta em que ele avisava que iria se suicidar.



Wellington, de 23 anos, entrou em uma escola municipal nesta manhã, atirou contra alunos em salas de aula lotadas, foi atingido por um policial e se suicidou. O crime foi por volta das 8h30.
Segundo autoridades, Wellington é ex-aluno, como era conhecido na escola, e entrou sob alegação de que iria fazer uma palestra. Seu corpo foi retirado por volta das 12h20, segundo os bombeiros. De acordo com a polícia, Wellington não tinha antecedentes criminais.
A polícia diz que ele portava dois revólveres calibre 38 e equipamento para recarregar rapidamente a arma. Esse tipo de revólver tem capacidade para seis balas. Segundo testemunhas, Wellington baleou duas pessoas ainda do lado de fora da escola e entrou no colégio dizendo que faria uma palestra. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, ele falou com uma professora e seguiu para uma sala de aula. O barulho dos tiros atraiu muitas pessoas para perto da escola.


A carta deixada pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira, que matou 11 estudantes em uma escola de Realengo, zona oeste no Rio de Janeiro, tem inúmeras semelhanças com aquela deixada por Mohammed Atta, o terrorista egípcio que sequestrou um avião e o atirou contra o World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001. Ambas as cartas possuem orientações típicas de um funeral muçulmano. A irmã de Oliveira disse que o atirador, que era recluso e passava boa parte do dia na internet, fazia menção frequente a temas islâmicos. Em carta, atirador pede perdão a Deus.
O presidente da União Nacional das Entidades Islâmicas do Brasil, Jamel El Bacha, negou nesta quinta-feira (7) que Wellington fosse muçulmano. Veja algumas das semelhanças entre as cartas do terrorista do 11 de Setembro e do atirar do Realengo.

Roupas para o enterro
Na carta de Atta, o terrorista fez recomendações sobre a roupa que deveriam vesti-lo para seu enterro.
- Devem me vestir em roupas novas, não me deixando nas roupas em que morri.
Wellington, por sua vez, pede aos que cuidarem de seu sepultamento que devem “retirar toda a minha vestimenta, me banhar, me secar e me envolver totalmente despido em um lençol branco que está neste prédio”.

Luvas para quem os tocar
Atta disse na carta: “quem lavar meus genitais deve usar luvas, para que eu não seja tocado nessa região”. Já Wellington também pede o uso de luvas para os que o tocarem.
- Somente os castos ou os que perderam suas castidades após o casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar luvas.

“Pessoas impuras” no funeral
Na carta-testamento, Atta também faz menção à presença de “pessoas impuras” em seu funeral.
- Mulheres grávidas ou pessoas impuras não devem se despedir de mim - eu rejeito isso. Mulheres não devem rezar para que eu alcance o perdão.
Wellington também menciona pessoas “impuras”.
- Nenhum fornicador ou adúltero poderá ter um contato direto comigo, nem nada que seja impuro poderá tocar em meu sangue, nenhum impuro pode ter contato direto com um virgem sem sua permissão.

Repartição dos bens
Atta diz que “os bens que deixo para trás devem ser divididos como mandam as regras islâmicas”.
Wellington também faz recomendações sobre a divisão de uma casa, que lhe pertenceria.
- Eu deixei uma casa em Sepetiba da qual nenhum familiar precisa, existem instituições pobres, financiadas por pessoas generosas que cuidam de animais abandonados, eu quero que esse espaço onde eu passei meus últimos meses seja doado à uma desses instituições.

VEJA CARTA COMPLETA

Sobrevivente conta como foi

Uma das alunas lembra os momentos de terror na unidade. A menina de 12 anos disse que viu o atirador entrar na escola. Ela estava dentro da sala de aula quando ele abriu fogo contra os alunos.

“Ele começou a atirar. Eu me agachei e, quando vi, minha amiga estava atingida. Ele matou minha amiga dentro da minha sala”, conta ela, que afirma que estava no pátio na hora em que o atirador entrou na escola.
“Ele estava bem vestido. Subiu para o segundo andar e eu ouvi dois tiros. Depois, todos os alunos subiram para suas salas. Depois ele subiu para o terceiro andar, onde é a minha sala, entrou e começou a atirar”, completou.



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