Esqueça, este texto não é sobre cinema. É sobre emoção bem acima daquelas que a gente vê na telona. É sobre uma emoção que experimento desde o momento marcado pela doação de amor entre meus pais, nove meses antes de eu nascer, e que até hoje me faz crescer, aprender e amadurecer.

Ele sempre foi simples, doce, conselheiro, amigo, exemplar. É assim que desde sempre tenho visto meu pai. Esta é a primeira dimensão da emoção contida na figura do pai, a emoção de ser filho. Cedo aprendi a agradecer pelo pai que tenho, pois mesmo conhecendo pessoas que nem sequer conheceram seus pais, não consigo imaginar como seria ter crescido sem um. Sou filho de um pai pobre que me equipou com riquezas da alma, do caráter, da luta. Jamais vi meu pai abalado pelas enchentes e furacões que se abatem contra toda e qualquer casa. Sempre o vi sereno, confiante e convicto na Providência Divina. Desde que cheguei ao mundo, ele me recebeu com amor. Hoje ele está com 77 anos e, apesar de todas as decepções que causei a ele, seu amor continua sendo seu grande presente para mim.

Eles sempre foram lindos, inteligentes, espontâneos. É assim que desde sempre tenho visto meus filhos. Esta é a segunda dimensão da emoção contida na figura do pai, a emoção de ter filhos. Assim que a Regina me comunicou a primeira gravidez, temos dois filhos, compreendi tudo que meu pai queria dizer sempre que me avisava: quando você tiver seus filhos me entenderá! Não deu tempo nem de piscar, a vida passou rápido, os dois estão enormes! Ambos trabalham comigo ? acredite, por opção deles, nem eu, nem minha esposa, nunca sugerimos que devessem seguir a mesma carreira nossa ? o menino caminha para concluir a metade da faculdade, produz incansavelmente, sorri exageradamente, ama o que faz e faz com talento. A menina vai na mesma toada e, além de tudo, ainda escreve, para corujisse do pai é colunista aqui do Guia-me, também ama o que faz e não economiza talento para fazer. Agradeço os filhos que tenho, eles motivam e inspiram minha missão de pai.

Ele é incomparável, insondável, absoluto. É assim que desde sempre tenho visto meu Pai. Esta é a terceira dimensão da emoção contida na figura do pai, a emoção do Deus que se relaciona com seus filhos e oferece a intimidade de um Papai. O impacto desta emoção se iniciou quando eu tinha dezoito anos, foi nessa época que eu descobri: meu Deus é meu Pai! Daí para frente fiquei mais leve, mais tranqüilo. É uma emoção difícil de explicar, comparo com aquela caminhada gostosa que fazemos na praia, naquela faixa de areia úmida, onde as ondas terminam, molhando de vez em quando os nossos pés. A figura, pelo menos para mim, é clara, pois o oceano é insondável, misterioso, indomável, poderoso, mas me acaricia e me permite ter prazer ao lado dele. Agradeço e adoro o Pai celeste que tenho, sem Ele, não teria meu pai e nem seria pai.

São três dimensões com muita emoção para explicar em tão poucas linhas. Um parabéns ao meu pai talvez resolva. O parabéns de cada um dos meus filhos me comove. Mas, é claro, a certeza do perdão, da perfeição, da cura, da alegria e da eternidade com o Pai que é todo amor, fazem valer a esperança quando finalmente inverteremos o plural de dia para dias, de pais para Pai. Ou seja, aqui comemoramos o dia dos pais. No céu, para sempre comemoraremos dias com o Pai.

Paz!

Pr. Edmilson Mendes

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