UMAP - Maringá

Ufa. Como sempre, a CES (que está rolando em Las Vegas) deste ano está uma loucura: centenas de estandes e uma avalanche de lançamentos – do mais trash ao mais relevante. A feira teve várias notícias menores e simpáticas, como o lançamento da saga Star Wars em Blu-ray, um visor 3D da Sony que dispensa a tv e a nova versão da mesa Microsoft Surface – ideal para cassinos. Mas as novidades de verdade, que realmente contam, são:

5. AMD Fusion

Com anos de atraso, a AMD finalmente mostrou a família de chips Fusion – os primeiros que combinam processador (CPU) e acelerador de vídeo (GPU) num só chip. Se a ideia pegar, e vai, um dia todos os computadores terão gráficos decentes, com potência de sobra para rodar games e vídeos em alta definição. Mas o principal não é nem isso. É que a família Fusion inclui chips destinados a netbooks – ou seja, é o primeiro desafio real à Intel nessa área, onde há vários anos impera um certo marasmo tecnológico (o chip Atom evolui a passos curtos). É preciso esperar pra ver qual é o desempenho e o consumo de bateria dos novos AMD. Mas pode ser que, em 2011, a era dos netbooks lerdos chegue ao fim.

4. Avatar Kinect e Netflix Kinect

O destaque da apresentação de Steve Ballmer foram as novidades para o Kinect, acessório do videogame Xbox 360. A primeira delas é o Avatar Kinect, esse recurso aí de cima – o Kinect captura os movimentos do usuário e reproduz no avatar (bonequinho) dele na rede Xbox Live. Serve pra conversar com os amigos numa sala de bate-papo 3D. Tecnologicamente, legal – mas meio bobo. Bacana mesmo é a integração do Kinect os serviços Hulu, Netflix e ESPN. Quem tiver o Kinect vai poder selecionar, ver e baixar qualquer vídeo desses sites sem nenhum tipo de controle remoto: basta mover a mão no ar, como no filme Minority Report. Sim, esses serviços não funcionam no Brasil. Mas o controle por gestos é muito legal. Daqui a 5 anos, todas as televisões vão usar um sistema parecido.

Ah: a Microsoft não mostrou o Windows 8. Só uma versão do Windows atual adaptada para rodar num processador ARM (que é usado em 99% dos tablets). Ou seja: o Windows para tablets está vindo. Mas não foi desta vez.

3. Samsung Infuse

A CES teve vários celulares legais. Alguns deles, como o LG Revolution e o HTC Thunderbolt, têm como novidade um novo tipo de rede: são os primeiros aparelhos compatíveis com o padrão Long Term Evolution (LTE), uma evolução do 3G que promete velocidades bem maiores. Essa rede está começando a ser montada em alguns estados dos EUA, e deve demorar pelo menos um ano (provavelmente, uns dois) para chegar ao Brasil. Por isso, o aparelho que mais me impressionou foi outro: o Samsung Infuse, que não tem o novo padrão de rede mas compensa isso com uma tela absolutamente incrível. Ela é do tipo OLED, que tem imagem espetacular, e é enorme: 4,5″. Se você nunca viu uma tela de OLED, vá até uma loja de celulares e procure o Galaxy S, da Samsung. Vai entender o meu entusiasmo.

2. Motorola Atrix

Você usa o smartphone para telefonar, ouvir música, navegar um pouco. Mas quando precisa de um computador de verdade, encaixa o aparelho num dock portátil – e ele se transforma num netbook, que roda o sistema operacional Android do próprio telefone. Genial, não? Como ninguém pensou nisso antes? (A Palm até pensou, anos atrás, mas não chegou a lançar). OMotorola Atrix é uma ideia muito boa. Se for bem implementada, o aparelho será um megahit.

1. G-Slate

O que todo mundo esperava, Steve Jobs inclusive, aconteceu. O Google liberou a versão 3.0 do sistema operacional Android (Honeycomb), a primeira projetada especialmente para uso em tablets. E começaram a surgir os primeiros modelos que poderão enfrentar o iPad de verdade: o Xoom, da Motorola, e o G-Slate da LG, ambos com telas de 10 polegadas, que é o tamanho ideal (tanto que mesmo a Samsung já está preparando uma versão maior do Galaxy Tab, também de 10″). O único porém é a nova interface gráfica, que parece meio esquisita.

Mas finalmente a era dos tablets Android vai começar de fato. Pelo menos até que a Apple mostre suas armas – o que deve acontecer até o final deste mês.

Por: Bruno Garattoni

Fonte: super.abril.com.br