Comoção. Isso é algo que parece ter desaparecido quase por completo de nossas vidas. A melhor definição de comoção pra mim é a “manifestação de uma viva sensibilidade”. Um exemplo claro de comoção é quando acontecem tragédias, ou violências graves. As pessoas se sensibilizam vivamente e são movidas a realizar algo em prol de quem está passando por alguma situação trágica.
Mas não creio que somente diante das tragédias deveríamos ter comoção em nosso coração. Como cristãos deveríamos ter a mesma comoção que Jesus teve ao ver as multidões perdidas, sem direção, caminhando para o inferno: “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor.” (Mt 9. 36)
Qual o meu grau de comoção diante de pessoas próximas de mim que ainda não conhecem a Jesus Cristo? O que faço para mudar a situação delas? Qual o nível da sensibilidade de meu coração diante da situação delas? Diante dos sofrimentos dos meus iguais, faço o que está ao meu alcance com o coração comovido?
As perguntas são muitas. E as respostas quase sempre mostram que temos tipo um nível de comoção bem pequeno ou quase inexistente. Se estamos assim com aquilo que está próximo de nós, o que dizer da nossa comoção pelos missionários, pelas pessoas que vivem em terras aonde a palavra ainda não chegou, daquilo que está longe dos nossos olhos…
Eu temo que, se não houver uma mudança séria em nós, a Palavra de Jesus também se aplicará a uma grande parcela de crentes que deveria na verdade representar a excessão. “E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará de quase todos.” (Mt 24. 12)
O amor é o combustível da comoção. Sem comoção, vemos que o amor não está queimando e produzindo o calor necessário para aquecer os corações. E onde não há calor, há frio.


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