A música foi e continua sendo elemento indispensável em todos os segmentos da história da humanidade, integrando a cultura de todos os povos. Todas as 24 mil etnias do mundo possuem sua própria música.
Já ouvi muitas pessoas perguntarem: Será que existem ritmos e estilos de música que são demoníacas? Não podemos dizer que o rock, o blues, o jazz, ou os ritmos africanos sejam demoníacos, ou tenham sido criados com essa finalidade. Seria insultar a diversidade cultural da criação de Deus.
Todos os estilos musicais são frutos da capacidade criativa que Deus deu aos homens. Em cada cultura, essa capacidade se expressa de uma forma diferente. Certamente, algumas culturas, não conhecendo o Deus desconhecido, oferecem suas capacidades criativas e artísticas aos demônios. Nesses casos, a missão da igreja é resgatar tais expressões de criatividade para o Criador de todas as coisas, Jesus Cristo. Pois, como escreveu Paulo aos Colossenses: “nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis.... todas as coisas foram criadas por ele e para ele” (Cl 1.16).
Steve Lawhead fala muito bem a esse respeito: “Aqueles que tratam alguns estilos musicais como sendo do domínio do Diabo se esquecem de que Satanás é o pai da mentira e do caos. Ele não pode criar nada, apenas perverter as coisas boas que Deus criou, inclinando-as para seus fins.”
Nada é do Diabo... tudo é de Deus! Quando dizemos que isso ou aquilo é do Diabo, estamos anulando a soberania divina. A Bíblia é explicita em dizer: “Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem” (Sl 24.1).
Resumindo! O que torna uma música maligna não é seu rótulo, não é se ela é chamada de secular ou cristã. Mas seu conteúdo, sua mensagem, sua motivação e seu propósito.
Deus gosta de variedades. Os fatores mais interessantes quando observamos a música na Bíblia são a sua rica variedade e as poucas restrições quanto a seu uso. Variedade de instrumentos, de sons e volumes, de adoradores, de posturas e modos, de lugares, de ocasiões e de motivos.
Vejamos algumas dessas variedades:
Variedade de instrumentos musicais na Bíblia, divididos em três categorias:
· Instrumentos de sopro: cornetas/trombetas (Nm 10.9,10; 2Cr 5.12; Is 27.13), flauta dupla (Dn 3.5,15) e pífaro/flauta (Jó 21.12; Dn 3.5)
· Instrumentos de cordas: harpa/lira (1Sm 16.23; Is 16.11), saltério (Dn 3.5,7,10,15) e cítara (Dn 3.5);
· Instrumentos de percussão: tamborim (Ex 15.20; Sl 81.2), címbalos (2Sm 6.5; Sl 150.5) e chocalho (2Sm 6.5).
Variedade de sons e volumes:
· Alto como o som de muitas águas, como o trovão, como o som dos harpistas (Ap 14.2,3);
· Vozes acompanhadas por instrumentos (2Cr 5.12,13);
· Sons de alegria (Ne 12.43);
· Instrumentos ressonantes (2Cr 30.21);
· Um barulho alegre (Sl 95.1).
Variedade de adoradores:
· Cantores e músicos designados e treinados (1Cr 15.22);
· Duetos (Jz 5.1);
· Todo o povo (2Cr 23.13);
· Tudo o que tem vida (Sl 150.6).
Variedade de postura e modos:
· Batendo palmas (Sl 47.1);
· Dançando (Ex 15.20);
· Levantando as mãos para o santuário (Sl 134.2);
· Em pé (2Cr 7.6);
· Ajoelhado (Sl 95.6);
· Usando repetições (o Salmo 136 repete 26 vezes a mesma frase: “porque a sua benignidade dura para sempre”)
Variedade de lugares:
· Na grande congregação (Sl 68.26);
· Nos muros de Jerusalém (Ne 12.31);
· Na ampla sala no andar superior (Mc 14.15);
· Descendo de um monte (1Sm 10.5);
· No santuário (Sl 150.1);
· Na cama (Sl 149.5);
· Na prisão (At 16.25).
Variedade de ocasiões:
· Na dedicação do muro da cidade (Ne 12.27);
· Durante as ofertas (2Cr 23.18);
· Acompanhando uma festa (2Cr 30.21);
· Durante a unção do rei (1 Rs 1.34);
· Durante a lua nova e durante a lua chia (Sl 81.3);
· No culto (1Co 14);
· Na celebração da Páscoa/ceia (Mc 14.26);
· Num tempo de crise pessoal (At 16.25).
Variedade de propósitos:
· Para ensinar a verdade (Sl 1; 119; 127);
· Para orar (Sl 3; 6; 38; 131; 137);
· Para confessar pecados (Sl 51);
· Para louvar (Sl 8; 18; 116; 138);
· Para exortar (Sl 2; 131; 134; 136).
O sacrifício de louvor que Deus aceita está revelado em Sua Palavra. Em Hebreus 13.15, somos exortados a louvar a Deus: “Por meio de Jesus, portanto, ofereçamos continuamente a Deusum sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hb 13.15). No Salmo 50, Deus usa o salmista Asafe para expressar seu desejo: “Ouve, povo meu, e eu falarei; ó Israel, e eu protestarei contra ti: Sou Deus, sou o teu Deus. Não te repreenderei pelos teus sacrifícios, ou holocaustos, que estão continuamente perante mim. Da tua casa não tirarei bezerro, nem bodes dos teus currais. Porque meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de montanhas. Conheço todas as aves dos montes; e minhas são todas as feras do campo. Se eu tivesse fome, não to diria, pois meu é o mundo e toda a sua plenitude. Comerei eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes? Oferece a Deus sacrifício de louvor, e paga ao Altíssimo os teus votos.” (Sl 50.7-14).
No Salmo 51, Davi nos ensina que o sacrifício de louvor que Deus aceita: “Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca entoará o teu louvor. Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” (Sl 51.15-17). Os sacrifícios de louvor para Deus são o espírito quebrantado!
Usemos toda a criatividade que Deus, o Criador, compartilhou com a humanidade para o louvor da sua glória, “porque dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas. Glória, pois, a Ele, eternamente. Amém!” (Rm 11.36).
Fonte: Sou da Promessa
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