A maioria reclama de filmes parados alegando que eles não prendem a atenção. Preferem os filmes com mais movimento, cenas bruscas, ações surpreendentes, trama misteriosa e inteligente, e tudo, de preferência, com boas doses de emoção e humor.
Entendo a preferência, mas ela só se aplica a tela, porque na vida real poucos aceitam roteiros agitados. Afinal, na tela é só ficção, na tela as tragédias são em computação gráfica, na tela o sangue é de mentirinha, na tela do cinema não importa o final, pois só restará jogar no lixo o saco de pipoca vazio e ir embora para casa, é vida que segue.
Na vida queremos a segurança de um filme parado. Queremos diálogos inteligentes, amor fiel e envolvente, céu sempre azul e sol sempre dourado, emprego estável, trilha musical transmitindo calma e paz, trânsito perfeito na cidade e nas rodovias num carro onde o pneu nunca fura.
A vida, no entanto, não é uma coisa nem outra, é as duas coisas, ora filme parado, ora filme agitado. Em ambos os casos nada nos é possível saber a respeito do final, então sofremos mesmo sendo os atores principais do filme das nossas vidas, pois o que tiver que acontecer é conosco que acontecerá, seja bom, seja mal.
Agora a pergunta: Por que é que gostamos do filme cheio de ação, mas queremos sempre a segurança do filme paradão? Porque tudo o que exige ação implica em mudança. E mudar dá trabalho, incomoda. A mudança nos leva para lugares, situações e eventos desconhecidos. Mudanças nos tiram da nossa zona de conforto. Por isso a resistência contra as mudanças que muitas vezes beira o pavor, pois quem quer perder as regalias conquistadas na zona de conforto?
Mudar é preciso. Sempre. Não se trata de mudar por mudar, só para dizer que mudou. Trata-se de submissão ao fluir das ações do Espírito em nossas vidas. Ações estas, na maioria das vezes, inexplicáveis. Exemplo? Aquilo que ouviu Abrão em Gênesis 12.1: Sai da tua terra, e da tua parentela, e da casa do teu pai, para a terra que eu te mandarei.
Notou? Para ser quem foi, Abraão teve que abrir mão da terra, da parentela, da casa do pai. Ele só se tornou o pai da fé para cristãos porque aceitou abandonar suas zonas de conforto e mudar. Mudar confiando única e exclusivamente nas promessas de Deus. Que o nosso coração encontre sossego. Quando Deus nos orientar, que não tenhamos medo de mudar, só Ele conhece o último capítulo do filme das nossas vidas.
Paz!
Pr. Edmílson Mendes
Fonte: Guia-me
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