A Revista Veja dessa semana traz uma reportagem de Sérgio Matos sobre a conquista da música evangélica no país.
No início da matéria o jornalista cita a mudança da imagem do que é música evangélica. Segundo ele, mulheres de saia comprida, homens de terno e hinos barulhentos que dão a impressão de que Deus é surdo, já não são mais características da música gospel.
Hoje, no Brasil, o termo ‘gospel’ é um guarda-sol que abriga diferentes gêneros como rock, samba, soul, hip-hop e até axé music.
As frequentes aparições de cantores gospel em programas de televisão são apontadas como fundamentais para dissipar o preconceito. Entre os programas estão os de Raul Gil, Eliana, Xuxa, e até o especial criado na Globo, o Festival Promessas.
Sim, o gospel salva: tornou-se uma das maiores esperanças de recuperação para a claudicante indústria fonográfica. É hoje o segundo gênero mais consumido no país, atrás apenas do sertanejo, e sofre com menos com a pirataria (o público considera pecado lograr o artista do qual é fã). Em 2010, o mercado faturou 1,5 bilhão de reais.
O destaque da entrada da música gospel no mundo secular é dado à cantora Aline Barros, pioneira em participar de programas da Rede Globo, principalmente o de Xuxa Meneghel.
Regis Danese também fez com que a música evangélica alcançasse o país quando invadiu as rádios e os programas de TV com ‘Faz um milagre em mim’.
A reportagem da Veja cita trechos de músicas de Shirley Carvalhaes (“Jeová é Deus tremendo / Faz machado flutuar / Ele ressuscita mortos / Faz o cego enxergar”) e de Bruna Carla em ‘Advogado Fiel’ (“Meu advogado é o meu Senhor / Ele me defende do acusador / Minha audiência ele já marcou / E garantiu de novo que eu serei vencedor”) e diz que, nos últimos tempos, o Deus gospel ficou bem mais camarada.
Gravadoras renomadas
Som Livre e Sony Music, duas grandes gravadoras, hoje também têm em seu cast astros do gênero gospel. O Diante do Trono, banda conhecida e respeitada, tem atualmente seus CDs lançados pela Som Livre. Já a Sony Music conta com 15 nomes no catálogo gospel.
Entre eles está a cantora Damares, representante da música pentecostal que teve o álbum ‘Diamante’ como o nono mais vendido em 2011.
Outro nome da Sony Music é Leonardo Gonçalves, descrito na revista como cantor Cult, que já gravou CD em hebraico e conta com a luxuosa participação das cordas da Sinfônica Checa e da Filarmônica de Praga em seu mais recente CD, ‘Princípio e Fim’.
Os apreciadores da música gospel não apenas aqueles que confessam publicamente alguma fé ou crença. As canções do soulman Kleber Lucas estão na playlist do jogador Neymar.
O rapper Pregador Luo é o favorito entre lutadores de MMA, além de compor músicas para esses atletas. “Ele é um campeão das boas palavras”, afirma o campeão Anderson Silva. As mensagens dizendo que não deve desistir ou perder a fé servem de inspiração aos lutadores.
Apesar de já transpassarem os limites das igrejas, os músicos não podem ignorar o público evangélico ‘de raiz’, que não admite uma vida sem princípios. “No gospel, não se pode cantar o que não se sente”, diz Maurício Soares, diretor-executivo da Sony Music.
Anderson Freire, 31 anos, é considerado o compositor mais reputado no meio gospel e que tem canções gravadas por Aline Barros, Cassiane e Bruna Karla.
O jornalista da Veja relata que Freire interrompeu a entrevista porque tinha compromisso na penitenciária da sua cidade. “Meu compromisso é com Deus e com os homens”, diz.
Apesar das rádios comerciais em geral ignorarem o grosso da produção gospel, já existem mais de 600 rádios evangélicas no país e festivais como o ‘Louvorzão’, que reuniu 250 mil pessoas em abril no Rio de Janeiro, são cada vez mais frequentes.
com informações da revista Veja
Fonte: Guia-me
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